Paradoxos

Tenho dias em que transbordo pensamentos que adorava por em papel, que toda eu sou uma fonte inesgotável de filosofias do dia-a-dia. Tenho outros em que sou um vazio. Exatamente, como que um buraco negro vazio, ou cheio de nada. 
Acho que nunca sei bem aquilo que hei de escrever. Começo com a primeira coisa que me vem à cabeça. Sem grande ordem de ideias. Sem filtragem prévia. Sou espontânea no que escrevo. Se digo o que penso, escrevo o que penso. 
Sinto-me livre quando escrevo. Despida de preconceitos e de pudismos. Como se ninguém me pudesse impedir de me exprimir conforme a minha vontade. Como se pudesse soltar todo o vernáculo que me desse na gana sem ser punida por isso. Lá está. 
A escrita representa aquilo que me vai na alma. E, confesso, que nem sempre a minha alma é colorida de cores vibrantes, ou alegre. Tem dias, em que para além de me sentir vazia, tenho uma alma negra. Meia que melancólica. 
Estranhamente, descobri que tenho uma escrita mais racional quando não estou bem, não estou em mim. 
Confesso ainda que, devido a todas essas racionalidades irracionais, tenho montes de textos guardados como meros rascunhos. Tudo isto devido a resseio. Sim, a medo. Medo de não ser compreendida. Não porque preciso que me entendam. Mas porque preciso que percebam a minha escrita. 
A minha escrita, sou eu. Na minha forma mais natural. O que escrevo, representa-me. 
Na minha escrita estão presentes os meus medos e receios, desejos e ambições, amores e desamores, conquistas e falhanços e, acima de tudo, todos os aspectos da minha vida que fazem de mim uma pessoa mais feliz. 
Portanto, embora a minha felicidade não faça sentido e tão pouco a minha terrível incapacidade para terminar um texto seja compreensível, esta sou eu. 
E, felizmente ou infelizmente, não faço sentido. 

(August, 28)







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