Não tento mais

E mais uma vez o meu sexto sentido não falhou e aconteceu o que eu tinha previsto. Cruzei os braços e disse que jamais andaríamos em frente porque nunca serias capaz de nos arrastar aos dois. Talvez tenhas dado valor a tudo o que eu sempre fiz. Infelizmente, se estou a escrever isto é porque é tarde demais. Já não há soluções e se há eu estou farta de as procurar. Cansei-me de procurar respostas para os nossos problemas. Cansei-me de dar tudo e exigir que me fosse dado o que se dá por vontade e não por obrigação. Estou certa, mais uma vez. E não é por teimosia ou por dificuldade em dar o braço a torcer. Estou certa e tenho razão. E sabes que mais? Detesto ter razão. Detesto saber que me deixaste cruzar os braços. Deixaste-me desistir. E desisti, mas estou aqui. Não me isolei, não me desleixei e tão pouco me deixei bater no fundo. Não deixei que as nossas memórias me consumissem viva. Sabes porquê? São só memórias, guardadas numa caixinha de pandora no meu subconsciente. Estou bem e tenho-me rodeado de excelentes pessoas e descobri que, afinal, há quem se preocupe e me surpreenda. Posso estar remendada mas não sou inútil. Pois nunca te esqueças que lápis partidos também pintam e o problema foi tu nunca teres gostado de colorir dentro das linhas. 

(2016. Agosto, 27)





(2016. Agosto, 27)

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