Como um sonho
Subitamente o mundo pára.
E só te tenho a ti à frente com aquele olhar ternurento e selvagem que deixa transparecer um "só te quero dar um beijo".
Debato-me e tento não te fixar por mais de dois segundos na esperança de conseguir desviar o olhar de forma a não te ter no meu campo de visão.
Mas não consigo. Estás demasiado perto e eu não te quero afastar.
Não me mexo e permaneço imóvel.
Vais falando comigo enquanto me olhas nos olhos e te perdes nos meus lábios. Tento não notar mesmo sabendo que estou a mil.
Pousas a mão no meu pescoço, ouves-me suster a respiração e arrepias-me lentamente.
Continuo a debater-me na esperança de conseguir resistir-te.
Não consigo, e deixo-me ir.
Toco-te e aproximo-me. Falamos um com o outro à distância de meros centímetros.
Deslizas o lábio pela minha boca e deixas esboçar um pequeno sorriso de quem sabe plenamente o que está a fazer. E eu, finjo que não me incomodou mesmo sabendo que todo o meu sangue fervilha por dentro. Dou sinais disso devido à falta de capacidade para fingir.
Apertas-me e puxas-me contra ti. É então que já não podemos voltar atrás e nós deixamos consumir pelo ardor que temos por dentro e o partilhamos um com o outro. E tudo é fogoso, espontâneo e desmedido.
Até que acalmas. Me soltas, e me voltas a beijar os lábios de novo, de forma carinhosa. Sorris e afastas-te como quem diz "estás assim porquê? Eu não fiz nada"....
Um beijo é só um beijo, mas a pessoa que to dá não é uma qualquer.
(2016. Abril, 30)
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