Universo paralelo

O turbilhão que era a minha vida, acentou. E acentou em demasia. 
A minha vida está num ponto médio algures entre o aborrecimento e a monotonia. E admito, não tem piada.
O meu estado de espírito constante nos últimos dias é desinteressante, sem picos de euforia ou de raiva. Não podia estar mais entediada que isto. 
Não fiz nada por mim. Não conquistei, nem falhei. O que raio tenho andado por aqui a fazer? Não sei.
Fiz pouco, mas pensei muito. Naquele meu mundo ao qual as pessoas que eu deixei para trás chamavam "mundinho cor de rosa". E de facto, é mesmo. É a minha espécie de universo paralelo. Onde num tempo distante, tudo correria como planeado. Mundo esse que, infelizmente, existe somente na minha cabeça. 
Um mundo onde os meus sonhos e ambições se realizam, onde todas as minhas batalhas são travadas e vencidas, onde não me deixo vencer pelo cansaço diário ou pela rotina. Um mundo no qual, pensar não cansa. E onde não há limites, castigos ou punições, onde posso sonhar o quanto quiser sem me dizer que é alto demais e onde o inalcansável é inexistente.
Portanto, quando acharem que não estou em mim e que deixei de transpor as minhas realidades para o mundo em que vivemos, procurem-me no meu universo paralelo; sem porta de entrada ou saída determinada, onde entro livremente conforme quero, e onde passo cerca de 90% do meu tempo. 

(2015. Novembro, 8) 


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