Nem sei
''The brave don't live forever, but the cautious don't live at all.''
Bill See
Somos cautelosos e escolhemos não viver. Não por falta de vontade mas sim por excesso de medo. Tememos o desconhecido e tomamos a decisão que julgamos que nos irá proteger. E não avançamos. Ficamos estagnados no presente e não ansiamos o futuro.
Somos todos cobaias desta experiência que é a vida e ratos de laboratório do ensaio experimental mais temido por todos: o amor.
Somos pessimistas por natureza. Temos a tendência nata de pensar no copo meio vazio. Esse é o primeiro grande erro.
Para algo poder estar meio vazio é porque já esteve, eventualmente, cheio. E como poderá ter-se esvaziado se nunca esteve, efetivamente, cheio? De acordo com as leis da física: não pode.
O grande problema hoje em dia é que chegamos à idade adulta com bagagem a mais; carregados, estafados e com vontade de deixar tudo para trás.
A verdade é que já passámos por muito e temos tendência a culpar-nos por tudo aquilo que fugiu ao planeado.
Somos feitos de hábitos. Acabamos inevitavelmente por achar que o problema está em nós. Que podíamos ter feito mais, gostado mais, amado mais e ter dado bem mais. Desvalorizamos-nos e achamos que somos o epicentro do terramoto que nos abala. ''Egoísta-te'' e não temas por a culpa nos outros quando falham contigo, quando não deram mais e quando preferiram fugir a sete pés ao invés de enfrentarem as desavenças de frente.
Somos os vitoriosos e os fracassados da vida. E quanto mais fracassamos, mais perdemos a esperança.
Perdemos a capacidade de identificar aquela que poderá ser a árvore que nos dará os melhores frutos. Deixamos de saber reconhecer uma coisa boa mesmo que a tenhamos à frente.
Era tão bom que fossemos avisados quando algo mesmo bom está para vir. Se quando algo ou alguém entrasse na nossa vida soubéssemos, certamente e com certezas, que vai dar certo (reforcemos esta ideia).
E pensamos no quão generosa seria a vida se, nessas alturas, se fizesse acompanhar de dezenas de balões e uma faixa enorme e colorida a dizer: ''BORA, é desta!''.
Mas, infelizmente, esta é uma de muitas outras grandes ideias que estamos impossibilitados de por em prática.
A questão que surge, é: e agora?
Agora, sente.
Escuta as pessoas com o lado esquerdo do peito. Ouve-as de verdade e faz-lhes mira à alma. Olha-as nos olhos e transmite-lhes a todo o custo o teu pensamento: ''vai dar certo''.
Atira-te de cabeça, mas com ponderação. Manda o negativismo dar uma volta e permite-te ser uma pessoa mais positiva.
Não sejas sentimental nem racional demais. Quando estiveres confuso, atira para bem longe: o cérebro, o coração ou os dois.
Deixa a cautela de parte.
Aproveita, desfruta e saboreia.
Sê destemido.
Entre tudo ou nada, escolhe tudo.
Sê feliz.
Faças o que fizeres, lembra-te disto:
Se estás a sentir, é porque estás a viver.
Vive.
(2018. Dezembro, 12)
Leonor Carmona
(2018. Dezembro, 12)
Leonor Carmona
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