Homens

Odeio homens como tu. 
Pertences à pequena subclasse dos homens que são seguros de si próprios e que andam no meio da rua de cabeça erguida e de nariz empinado. 

Fazes parte do pequeno grupo que sabe tratar uma mulher em condições. Achei que tal coisa já estivesse extinta. Enganei-me, pelos vistos. 

Sabes como agradar. Sabes dizer a coisa certa no momento propício e fazer uma carícia na altura em que mais necessito. 

Não me conheces na totalidade mas decifras-me com um olhar, arrepias-me com um toque e derretes-me com uma palavra. 

És a pessoa mais simples que conheço e ao mesmo tempo a mais enigmática. 

És muito mais que aquilo que está “à vista”. És cheio de vida e de cor. És um 8 ou 80. Tens um sentido de humor inexplicável e uma vibe incompreensível. 

És diferente. E o que é diferente é bom. 

Detesto-te por seres assim. 

Dás-me vontade de querer saber mais, descobrir mais, tocar-te mais, beijar-te mais e querer-te, ainda, mais. 

Gosto da tua companhia e adoro ter-te por perto. 

Realças o melhor que há em mim. 

Detesto-te por isso. 

Não consigo não te querer à distância de centímetros, de um beijo ou de um “gosto de ti”. 

Nunca conheci ninguém como tu e detesto-te, genuinamente, por isso. 

Em pouco tempo habituei-me a ti. De manhã à noite. Habituei-me aos bocadinhos diários que passamos juntos. Habituei-me ao teu cheiro, ao teu riso e a tudo o mais. 

Olho para ti com carinho e apreço e gostava que te pudesses ver através dos meus olhos. 

E detesto-te por isso. 

Sabes porquê? 

Como disse no início: detesto homens como tu porque é por esses que sempre jurei apaixonar-me. 

(2018. Fevereiro, 11)




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