True to myself

Desde pequena que sempre me ensinaram a ser genuína e fiel a mim própria. O que é antagónico ao mundo em que vivo no qual estou sobre a pressão constante de ter de ser o que todos esperam que eu seja. Um mundo onde o que é fingido é que é bom, desde que agrade. Não me enquadro, não me conformo e acabo por me sentir deslocada. Não preciso de agradar a quem quer que seja, nem tão pouco quero fazê-lo. Não quero ser mais uma marioneta nas mãos de gente que só quer que os outros estejam bem mas nunca melhor que eles. Não quero ser manipulada e manejada como uma peça de barro sem forma. Nasci formatada e moldei-me ao longo do tempo à luz dos meus princípios e valores, sejam eles quais forem, fazendo ou não sentido. Não preciso de fazer sentido nem de ser compreendida. Prefiro que ninguém me entenda. Julguem sem conhecer e afoguem-se na mediocridade típica de quem não se conhece a si próprio. Eu conheço-me. Sei que tenho mau feitio e que sou carente em demasia. Sei que sou mal interpretada e que transmito ideias erradas e que para as quais me falta a paciência necessária para as explicar. Sei que brinco em excesso e que nunca sou levada a sério. Sei que me julgam arrogante e é raro existir quem goste de mim. Mas não tem mal. Acabo por ser mais feliz a ser odiada pelo que sou, do que adorada pelo que nunca serei. E se isto não faz sentido, então não sei o que faz. Sou só mais uma alma indignada à procura de ser diferente num mundo de gente igual que se acha irreverente.


(2016. Outubro, 28)


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