O que eu odeio

Odeio acordar cedo. Odeio frio. Filas. Gente estúpida. Gente. Ficar sem internet. Perder um jogo. Cabrito. Ficar sem bateria. Cabeleireiros que não sabem o significado de "só as pontas". Anúncios de televendas. A palavra "cuecas". Pessoas hipócritas. Ovas. Dobrada. Pessoas que não respeitam a minha meia hora de silêncio após acordar. Ser contrariada. Estar errada. Perder a razão. Cometer a mesma estupidez vezes sem conta. Maquiagem a mais. Perfumes intensos. Mentiras. Espirrar. Chorar. Esperar. Faróis. Bombons de licor. Côcô. Números limitados de caracteres. Gente falsa. Ficar sem tinta na caneta. Esquecer-me das coisas. Falta de imaginação. Pessoas com roupa igual à minha. Pessoas que não admitem o que fazem. Som da fita cola. Romper os collants. Querer alguma coisa e não ter dinheiro na altura. Só haver roupa gira quando já gastei o dinheiro todo. Não saber o que oferecer às pessoas nos seus aniversários. Som de pacotes de batatas fritas. Salsichas frescas. Polvo. "Risquinhos" no cabelo. Pés. Tudo o que envolta pés. Cócegas. Tu. Que me mexam na mala. Perder coisas. Apagar fotografias. Perder fotografias. Memória insuficiente. Impossibilidade de parar o tempo. Transito. Despertadores. Pessoas que ressonam. Insônias. Lavar a louça. Dobrar roupa. Anúncios do YouTube. Ser interrompida. Pizza fria. Dentistas. Queimar a língua. Frio. Fome. Sono. Coisas. Eu odeio coisas. E odeio não me lembrar de tudo o que odeio 

(2015. Maio, 30)



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